18 August 2006

Fremito do meu corpo




Frémito do meu corpo a procurar-te
Febre das minhas maos na tua pele
Que cheira a ambar,a baunilha e a mel
Doido anseio dos meus braços a abraçar-te
Olhos buscando os teus por toda a parte
Sede de beijos,amargor de fel
Estonteante fome,áspera e cruel
Que nada existe que a mitigue e a farte!
E vejo-te tao longe!sinto a tua alma junto da minha,uma lagoa calma
A dizer-me a cantar,que nao me amas...
E o meu coração que tu nao sentes,
Vai boiando ao acaso das correntes
Esquife negro sobre um mar de chamas...Florbela Espanca

17 August 2006

Orgasmo...

Sexo
Paixão
Desejo
Tesão
Corpos suados
Palavras cruas
Prazer
Delicia
Cumplicidade
Loucura
Quero-te
Gritos...
Olhos brilhantes
Sorrisos...

16 August 2006

Anseios...


E nas tuas veias que eu procuro a sede que me nasce de anseios ancestrais...assim me possuis como um centauro ferido e encontro nos teus olhos profundas madrugadas.dos teus labios entreabertos vejo dentes felinos,grades escondendo as palavras que escorrem como rios brandos.E os teus dedos setas que riscam meu dorso ferido,no meu ventre apeteçe o fruto proibido.Á nossa volta a floresta nasceu,a noite entrou no quarto.Ha folhas nos lençois e vento em furia...trombetas de espanto e suspiros de medo.Pouco a pouco vais revelando segredos ate que a manhã volte e nos encontre feridos...corpos entrelaçados,com veias rasgadas e musculos doridos.O sono vem aos poucos e nos consome a chama.A floresta entrou pelas paredes e secou a furia e o espanto...o sol quente vem ter connosco á cama...

15 August 2006

Perdidos...



So quando vens,no ar prepassa um fremito de vida incontida...um nectar,um sangue rubro que da vida.como arco estendido os nervos cedem a volupia das noites que hao-de vir...revelo segredos que me pedem e os caminhos secretos para onde ir.Espero que que se espraie o nevoeiro e sigo o rumo das gaivotas...a minha mão conduz esse veleiro nas lagoas estagnadas de aguas mortas.E entro noutro tempo,noutra era.desvendo segredos proibidos...Os nossos corpos vão se transformando em pedra e pouco a pouco perdemos os sentidos.E assim ficamos ate ao fim da terra,longe de tudo...perdidos.

14 August 2006

Viagens no tempo

Venho dos confins do espanto,trago angustias,trago medos...cubro a alma com um manto de perguntas e de pranto que assombra os meus segredos.viagem para la do tempo,ligando a vida e a morte.palpavel como o vento,nao é grito nem lamento...e algo que passa e foge.em cada passo que descubro imagens mal desenhadas.passos leves de veludo,gestos,vozes que eu descubro,de outras paragens.sao tao breves como as asas,nessa viagem sem tempo...um barco roçando as casas.nao tem velas,so asas...leves e breves como o vento.cada segredo que vivo vai-me prendendo na malha é mais um passo vivido,mais um passo perdido num destino que nao falha.

13 August 2006

Maria das Quimeras


Maria das Quimeras me chamou alguem...Pelos castelos que eu ergui,plas flores de oiro e azul que a sol teci numa tela de sonho que estalou.Maria das Quimeras me ficou;com elas na minha alma adormeci.mas quando despertei nem uma vi,que da minha alma,alguem levou!Maria das Quimeras,que fim deste as flores de oiro e azul que a sol bordaste,aos sonhos tresloucados que fizeste?pelo mundo,na vida o que e que esperas?...onde estao os beijos que sonhaste Maria das Quimeras sem quimeras?...Florbela Espanca

12 August 2006

Humano

Com toda a sua imperfeiçao que Deus lhe deu,metade homem,metade bicho.foi moldado no barro mas o sopro divino so cobriu metade...por isso o corpo vibra e arde.por vezes e cerebro outras so corpo.centauro ferido!...do homem vem a crueldade,desejos de despir a parte humana.aquela que tinge as maos de sangue.quer renascer!lançar o ultimo grito!sentir inteiramente e para sempre apenas bicho...

11 August 2006

Refugio...


E nos teus braços que eu viajo,e nos teus braços que eu me perco,pra la do tempo...vou no meu espaço,pra la do espaço,eu amanheço.e nos teus braços que eu conheço todo o misterio que eu desvendo,todo o misterio e mil segredos...todo o sabor a que eu me prendo,cmo o sargaço nos rochedos.nas minhas veias,corre um rio feito desejo,insatisfeito...quando me deito e tu acendes meu corpo frio.que tu prendes com as tuas maos incandescentes.eu sou a sombra do teu corpo.fico ancorada no teu cais...o teu corpo e o meu porto onde me refugio a noite.