30 October 2006

Monologo


Há sempre dentro de nós tantas interrogações certas com respostas incertas... talvez diferente.Vamos nos modificando,mas nem damos por isso.A vida é transformação,gerada nas metamorfoses a que estamos sujeitos. Contudo creio que essa alteração interior nunca e total...Afinal por mais voltas que a vida nos faça dar somos sempre os mesmos, embora por vezes queiramos ter a ilusão de ser diferentes. Porque? Para que?
Oh, abençoadas ilusões, duvidas e contradições. Sinais de vida. Não escrevo para viver, mas de certo modo vivo porque escrevo... esta é uma verdade! Verdade... como esta palavra tem por vezes um eco tão assustador! Creio que aquilo que escrevemos nos retrata, identifica. Denuncia a nossa verdadeira atitude intima. E a partir dessa atitude interior que nos construímos ou destruímos. Que voamos ou rastejamos. Gosto da solidão... não como companheira permanente, mas quando ela me convida ou eu a procuro. Então que fantásticos encontros! Para mim "escrever" e a libertação ou condenação... o meu caminho. Um caminho largo ou estreito, escuro ou luminoso, mas sempre íngreme. Um caminho ao mesmo tempo reconfortante. Espero não sei bem o que. Mas a vida só e suportável quando se espera algo. Afinal " escrever" não será para mim uma tentativa de prender o Tempo? Ou de me prender ao Tempo... mas o que somos nos em relação ao Tempo? Ao tempo onde a memoria se cala?...

Incenso de jasmim